#Crônica O Nordestino na Mídia: Caracterização sem Pejorativos

Boa noite, leitores!

Na antevéspera de ano novo, gostaria de compartilhar com vocês um dos textos acadêmicos que escrevi. Espero que curtam!


O NORDESTINO NA MÍDIA: CARACTERIZAÇÃO SEM PEJORATIVOS

Não é de hoje que a figura do nordestino, quando estampada nos meios de comunicação, revela uma postura estigmatizada. Em diversas ocasiões, a simples menção ao adjetivo pátrio “nordestino” já traz um conjunto de características peculiares, por vezes, negativas.

Notícias e imagens veiculadas tanto por jornais impressos, como televisivos reforçam a questão da falta d´água e seca, decorrentes também da ausência ou irregularidade das chuvas no Nordeste. Acaba sendo essa, então, a ideia no imaginário das pessoas das demais regiões brasileiras.

Quem não lembra das últimas eleições presidenciais, nas quais o nordestino fora bombardeado com palavras pejorativas, em redes sociais como Twitter e Facebook, por internautas do Sul e Sudeste, que acreditaram que a atual presidente, Dilma Rousseff, vencera por conta de boa parte dos “cabeças chatas”?

Comentários no Facebook descreviam os nordestinos como um povo “burro”, ignorante e sem cultura. O que é engraçado, tendo em vista que 34% dos aprovados no ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica são estudantes de escolas do Ceará.

Há ainda o fenômeno do êxodo rural, em que se vê uma grande parcela de pessoas com o objetivo de garantir empregos e construir famílias nas grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, mas que não perdem o elo com a terra natal. Em muitos casos, temos humoristas, como Chico Anysio e Tom Cavalcante indo além do feijão com arroz, buscando pratos mais refinados ao ganharem espaço nos programas de TV, retratando e brincando com estereótipos, mostrando o nordestino como um cidadão acima de tudo brasileiro, não bairrista.

No entanto, é sabido que o brasileiro esquece rápido, que o “jeitinho brasileiro” de ser sempre consegue resolver ou disfarçar as coisas, mas é natural esperar que a xenofobia seja amenizada com o tempo e que nada seja feito pelas autoridades competentes? A valorização do nordestino precisa ir além do gerar risos.

O preconceito social que se apresenta, mostra que a sociedade brasileira, de algum modo, não aceita seus próprios membros e não os reconhecem, sendo que muitas vezes, procura absorver o que é de fora, desvalorizando a cultura regional.

Contrariando estatísticas, conflitos sociais separam o país em opostos, o que é lamentável, pois como já diziam os poetas Ivanildo Vilanova e Bráulio Tavares, “imagine o Brasil ser dividido e o Nordeste ficar independente”.

Sabrina Sousa